Investigadores e catedráticos oferecem calculadora ao ministro da Educação

Um grupo de investigadores e professores universitários foi esta segunda-feira ao Ministério das Educação deixar um presente: uma máquina de calcular. Foi a forma simbólica que encontraram para pedir ao ministro Nuno Crato que faça melhor as contas às medidas de austeridade. 

José Emílio Ribeiro, porta-voz deste grupo de investigadores e professores universitários, diz que um corte de 42 milhões de euros no orçamento torna quase impossível o funcionamento das universidades e institutos politécnicos. 
 
“Quando os cortes nas verbas do Orçamento do Estado, que são consequência dos cortes de salários, são superiores à média dos cortes da administração pública o Governo faz as contas instituição a instituição até ao cêntimo, quando os cortes são inferiores à média dos cortes na função pública essa competência esfuma-se por artes mágicas e então o corte é feito pela média. Ou seja, somos sempre cortados pela pior das situações e nós não aceitamos isso, porque a universidade tem uma dignidade constitucional, aqui e nos países europeus”, afirma.

José Emílio Ribeiro alerta que estão a ser criadas as condições para uma situação de “tempestade perfeita, a médio prazo”.

“A população científica está muito envelhecida, não há novas admissões ou há muito poucas, as pessoas têm saído, os investigadores estrangeiros, nomeadamente os que estão ligados ao Programa Ciência, começam a abandonar o país, os jovens que nós educamos com dispêndio de dinheiro também abandonam, sobretudo os melhores que são recrutados pelas universidades estrangeiras. A médio prazo isto vai custar-nos caro”, adverte o porta-voz do grupo de investigadores e professores universitários que esta segunda-feira foi entregar uma máquina de calcular ao ministro da Ciência e Educação.

Foto e fonte: sapo.pt